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Cântico a Israel
Tu, que guardas e cultivas a memória dos teus mortos
em museus e mausuléus
Tu, que guardas e cultivas a memória dos teus mortos
vítimas das maiores atrocidades
também tu matas e destróis
espalhas a morte pelos teus irmãos
e deixas em ruínas a sua terra poética
Nós não esqueceremos os mortos de Gaza...
Os mortos teus irmãos que deixaste para trás
sob escombros
Nós não esqueceremos os mortos de Gaza...
Tu, Geração Mecânica no poder,
que não consegues ver a Luz
mas apenas Trevas
os teus dentes metálicos tudo trituram
vida, afectos, esperança...
Nós não esqueceremos os mortos de Gaza...
Um dia será uma simples areia
a provocar um curto-circuito
na tua máquina infernal
Uma simples areia
que pode até ser uma ideia
uma ideia tão simples que todos receberão como sua
ou uma ideia musical
em forma de sinfonia
ou até um simples poema
Nós não esqueceremos os mortos de Gaza...
Uma nova geração
uma nova consciência
e será por um fio
porque a escolha entre a Vida e a Morte
não se pode eternizar
Nós não esqueceremos os mortos de Gaza...
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Ah, Palestina, Palestina...
abençoada pela poesia
martirizada pela violência...
Os teus gritos ainda ecoam
em todos os recantos da minha alma
esses olhos imensos das crianças
agora sob escombros...
sob escombros...
De que lógica se serve
o psicopata do poder
para destruir a maior criação de todas?
Os seus passos implacáveis, mecânicos e brutais
ainda ressoam sobre a tua terra poética
marcham ainda
como lhes marcharam em cima um dia
outros bárbaros
Repetem a mesma história doentia
e nem disso têm consciência...
A sua trágica história
levou-os a fixar-se nessa engrenagem terrível
em que foi vítima e agora é agressor
e assim se deixou enredar
na terrível lógica da destruição.
Mas não é pelos foguetes teleguiados, aéreos e mortíferos
nem pela mesma lógica da violência
que o bárbaro verá a sua ruína.
Ele ainda não sabe
mas já traz a sua ruína a roer-lhe a alma.
A sua própria destruição
já mora dentro de si.
Ah, Palestina, Palestina...
a tua força é a tua poesia
e não apenas a dos livros,
a da vida.
A poesia é muito mais forte
porque traz a vida consigo
um fio condutor
do princípio dos tempos até ao gesto mais simples,
traz a vida consigo
no olhar imenso das crianças.
A poesia permanece
na terra, na tua terra amada,
e na tua alma poética
para sempre.
Nada pode destruir a poesia viva
que te inspira a continuar
Nada pode destruir a poesia viva
que une a nossa alma universal
Nada pode destruir a poesia viva
do amor que tudo cria e tudo envolve
Nada pode destruir a poesia viva
do teu nome Palestina...
Palestina...
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Habito um lugar poético
que a lua parece amar
Ah, quando a lua nasce em Coimbra
é outra lua
diferente de qualquer lua
em qualquer outro lugar